Bruxismo na infância é uma condição patológica frequente no dia a dia da clínica odontopediátrica. É caracterizado pelo apertar (sem ruído) e/ou ranger (com ruído) dos dentes, durante a vigília (acordado) e/ou durante o sono. Ao contrário do que se diz, o bruxismo na infância NÃO é fisiológico. Quando persistente, ocorre desgaste dos dentes, modifica a estrutura óssea e sobrecarrega os músculos dos maxilares, aumentando a pressão na cabeça e gerando cefaléia.
Várias são as causas do bruxismo, evidenciando a complexidade dessa condição: problemas emocionais e psicológicos, “bullying”, estresse, problemas respiratórios e alérgicos, herança genética, refluxo gastroesofágico, baixa qualidade do sono, entre outros. Vale ressaltar que, som relação ao bruxismo do sono, o mesmo se inicia por um comando de sistema nervoso central e, portanto, os dentes nem a troca dos decíduos pelos permanentes participam são a causa desse distúrbio.
O tratamento e a abordagem clínica do bruxismo dependem do grau de severidade e da causa. Cabe ao odontopediatra fazer (1) o correto do diagnóstico, (2) encaminhamento da criança aos demais profissionais que participarão do tratamento multidisciplinar desta condição tais como médicos pediatra e otorrino, psicólogo, fonoaudiólogo, etc., e (3) a proteção dos dentes através do uso de placas em casos mais severos.
Após a confirmação do diagnóstico, algumas medidas precisam ser tomadas para o melhor controle do bruxismo, tais como praticar HIGIENE DO SONO, ou seja, preparar a criança para dormir bem, de preferência no mesmo horário e a quantidade de horas indicadas para cada faixa etária, não dormir de estômago cheio e nem vazio, evitar discussões ou agitações antes, não ingerir bebidas estimulantes, evitar aparelhos eletrônicos 1 hora antes, reduzir barulho e claridade no quarto. Praticar esportes também é uma ótima opção para o controle do bruxismo, além de seus inúmeros outros benefícios.